A Ferraria é uma zona muito especial na ilha. Ao largo, aproximadamente a uma milha, existe uma ilha submersa que resultou da erupção de um vulcão em 1811.
A 4 de Julho de 1811 o vulcão parou súbitamente . O tempo também se encontrava favorável a mais uma expedição por parte de um comandante inglês que se encontrava na ilha. Desse modo o comandante de nome Tillard convidou os cônsules seus amigos para rodear a ilha recém formada, desenhá-la e …conquistá-la!!
Assim se fez; arriaram um bote, remaram em águas ainda quentes, encallharam o bote numa praia de areias negras e fumegantes, abalançaram-se terra dentro e ali fincaram,o mais alto possível, a bandeira inglesa, símbolo do Império e marco miliário de mais uma conquista, baptizando-a de Ilha Sabrina em honra à fragata por ele comandada.
Em setembro de 1811, a ilha viria a submergir em virtude da erosão provocada pelo mar e encontra-se actualmente a uma profundidade de 75m. Parece que os "nossos aliados" engoliram em seco (perdoem-me o cliché). Ou melhor, em molhado!
É ainda um local muito bonito, porque foi um oásis em momentos tumultuosos da vida.
Do ponto de vista da geologia e da flora endémica característica deste lugar, neste espaço salientam-se:
- Uma Pseudo-cratera, assim designada por não possuir uma conduta de alimentação profunda,que se formou na sequência de pequenas explosões de vapor, resultante do contacto da escoada lávica com a água do mar;
- Os xenólitos, características dos depósitos vulcânicos que constituem a fajã lávica da ferraria, são constituídos neste caso, por rochas granulares, formadas em profundidade e trazidas à superfície em episódios vulcânicos subsequentes;
- O pau-branco (Piconia azorica) e a urze (Erica azorica), especies endémicas e ainda a espécie nativa faia-da-terra (Myrica faya).
O mais espectacular é que quando a maré está baixa, encontramos poças de àgua quente, devido aos fenómenos vulcânicos aqui existentes. Ou seja, quando cá vierem, tragam os calções independentemente da estação do ano.
3 comentários:
Ai era Sabrina?
Conhecia a história, mas não me recordava do nome da ilha..
De facto conviver com vocês tem mto de positivo, além de mtas coisas, dá-me a oportunidade de ir re-descobrindo a minha terra...***
Companheiro, sou frequentador assíduo deste blog. Ainda bem que estás a gostar dos Açores. Aqui no Alentejo também há muitas vacas, he he he.
Abraço do alentejano por adopção,
Luís André
Nunca tinha conhecido um algarvio tão interessado pelos Açores e tão cheio de talento para divulgar essas belas ilhas!Eu também aproveito, não sendo madeirense senão pelo coração, para divulgar, por este e outros meios, as ilhas cá deste lado.
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